Muitas vezes
presenciamos em alguns treinos, que os ânimos vão esquentando passando até um
pouco dos limites, mas não vejo como algo ruim. Se os lutadores souberem
separar do lado pessoal, essa adrenalina é boa. Afinal a luta aguerrida é o
tipo de confronto que esperamos nas lutas de campeonatos. Mas o importante no
meu ver é termos em mente, que esses tipos de treinos podemos lesionar ou
sermos lesionados, vencer ou sermos derrotados. Mas o principal é preservarmos
nossa integridade física. E a do nosso parceiro de treino também.
Quanto menos
lesões acontecerem com você, mais tempo estará no dojo treinando e melhorando
suas habilidades para futuros campeonatos e lutas em que você não quer perder
de jeito nenhum. E quanto menos parceiros lesionados uma maior variedade de
treino teremos. Cada luta envolve diferentes aspectos a serem considerados por
você, um momento decisivo, um treino simples, uma final de campeonato, uma luta
decisiva que você considera “importantíssima” por qualquer questão, até mesmo
pessoal que seja, que envolvem diversos aspectos a serem analisados, para
considerar a decisão de “bater ou não”.
Acredito ser mais inteligente “bater”
e treinar cada vez mais para uma nova
luta com quem te venceu, uma revanche.Do que não “bater” e ter rompimento de
ligamentos e entorses sérias e o pior, ficar muito tempo longe dos treinos.Podemos
ver em todos os grandes campeonatos de GI e NOGI, ou eventos de MMA como o UFC
e outros. Excelentes lutadores desistirem da luta visando protegerem sua integridade
física e por serem inteligentes o suficiente para verem que daquela posição o
mais provável será um prejuízo ao próprio corpo como uma lesão ou fratura. Nenhum
lutador gosta de ser finalizado, voltar as vezes para casa com uma derrota é
ruim, toma nossa mente ”Não podia ter perdido essa luta!” essa frase martela a
cabeça. As imagens da luta passam e repassam em nossa cabeça dezenas de vezes
que acabam se tornando uma lição inesquecível para não repetirmos o mesmo erro
em futuras lutas. Mas acredito ser melhor, do que, voltar do consultório de um
ortopedista com a sensação de uma eternidade de tempo sem poder treinar. Prefiro
ter o pensamento de “no próximo treino eu finalizo ele!”. A derrota naquela
luta pode ser transformada em uma força motriz para um desenvolvimento maior do
lutador, a nível técnico e ou físico. Numa meta para puxar o seu rendimento
para cima no intuito de superar seu adversário em futuros combates. A garra de
ganhar uma luta tem que caminhar junto da inteligência do lutador e não ser a
causadora de uma interrupção ou até mesmo a causadora da finalização de uma
vida nos tatames, sendo esse lutador amador ou profissional.
Escrevo essas
palavras por mim mesmo. Hoje tenho um joelho que direto me deixa
impossibilitado de treinar, se eu tivesse poupado ele em diversas situações.
Certamente poderia treinar mais, e por vezes com maior intensidade como
desejaria. E muitas vezes até no surf vejo o reflexo desse dano causado a ele.
A integridade do nosso corpo reflete diretamente na qualidade dos nossos
treinos. Bons treinos a todos.
Instagram: @luizdiasbjj
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