domingo, 24 de fevereiro de 2019

Quimono na mala


 
Quimono na mala, passaporte e prancha. Mente aberta para mais uma viagem, estou aqui na Gold Coast, Austrália. Lugar lindo, boas ondas e muito Jiu Jitsu aqui. Muitas academias. Algumas muito próximas umas das outras. Aqui o Jiu Jitsu é muito conhecido, admirado e praticado. Austrália é um país enorme então só posso escrever sobre essa região onde estou. O Jiu Jitsu aqui muito focado para a competição. Muitos professores brasileiros e já faixas pretas australianos também dando aulas. Dei um treino na academia Fight Club Jiu Jitsu, onde o professor Gavin Hain lutador de MMA dá suas aulas e treina. Academia aqui na Gold Coast com bastante alunos. Durante as minhas viagens ao conversar com os professores e alunos, comecei a reparar que poucos sabem muito e muitos sabem muito pouco sobre a história da nossa Arte Suave e mesmo de um passado recente. Creio que essa parte deveria ser falada pelos professores, como também mais a parte da defesa pessoal ser praticada, mas isso é apenas a minha opinião pessoal. Em minhas viagens reparo, posso estar até enganado, mas o Jiu Jitsu fica muito focado para competições, é uma vertente importante. Foco nas competições, mas creio que o Jiu Jitsu tem uma história muito bonita que não está sendo passada pela maioria dos professores. O Jiu Jitsu pelo para mim, e vejo em amigos também uma inspiração, uma referência diária, um estilo de vida. Quando eu dou aula no exterior e falo sobre certos episódios do passado, percebo um grande interesse e vontade de saber pelos lutadores locais. Hoje o Jiu Jitsu com a globalização é muito parecido em todos os lugares, eu não percebo mais tanta diferença assim. Mas é notável como o Jiu Jitsu consegue ser apreciado em diferentes países, com pessoas de diferentes idades. E mais uma vez o Jiu Jitsu vai me levando a lugares e me fazendo conhecer pessoas que não teria contato normalmente. Para aqueles que pensam em ter o Jiu Jitsu como uma profissão para se estabelecer no exterior. Creio que vale pesquisar primeiro o local, perceber se naquele local comporta mais uma academia. Porque sair do seu país sem uma noção real do que você vai encontrar, a nível de mercado de trabalho não acho muito interessante. Aqui me levaram em algumas academias. Vi treinos com bastante pessoas, e outras com 3 ou 4 alunos. A disputa pelo espaço e alunos é grande. Dar aula no exterior atualmente, já não é como antigamente, hoje a concorrência é grande. Percebo isso aqui já na distante Austrália.  Para mais informações, veja https://www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail geracao.artesuave@yahoo.com.br. Também conheça o http://http://gasjj.blogspot.com//. Boa semana, bons treinos e até a próxima!


terça-feira, 19 de fevereiro de 2019

Luta se ganha respeitando o seu oponente.


  Luta se ganha lutando, buscando a finalização, parece lógico, mas para muitos não é tão claro assim.  Alguns medem o adversário pelo biótipo, peso e alguns até pela aparência do seu oponente. Existem aqueles que dependendo da faixa que seu parceiro de treino usa, até o desqualifica, treinando sem dedicação e o foco que certamente faria com um mais graduado ou da sua mesma faixa. A faixa é uma conquista pessoal de cada aluno, mostra sua evolução na Arte Suave. Mas não garante que um faixa azul não finalize um faixa roxa e que um faixa branca não pegue um faixa azul. Ou até mesmo atletas mais graduados não passem por uma blitz de um lutador menos graduado ou possa sofrer uma finalização. É bem diferente quando um atleta mais graduado está fazendo um treino dando uma força ao atleta menos graduado, dando um treino tutorial, indicando a movimentação correta. Mostrando as pegadas corretas, o posicionamento certo para uma raspagem, enfim um treino de estudo.  Permitindo o menos graduado chegar na finalização estudada para ele entender a dinâmica do golpe.  É uma situação bem diferente de atletas que não valorizam o parceiro de treino por conta de ser uma faixa menos graduada e depois que tomam um carro, tentam se justificar. Não existe justificativa, se está no dojô quer combate. As vezes acontece isso na minha aula e fico contente vendo o progresso do menos graduado indo pra cima, buscando a finalização.  E quando depois do término da luta o outro lutador vem se justificar com diferentes motivos.  Percebo que ele ainda não treinou como deveria treinar. Se você perdeu, faça uma autocrítica, o Jiu Jitsu é uma lição constante de humildade, é só você pensar um pouco e se lembrará quantas lutas te surpreenderam positivamente lutou focado num treino ou no campeonato e saiu vitorioso e negativamente, quando imaginou que seria apenas um treino e tomou um carro?. Lembre-se, ninguém está no dojo para servir de saco de pancada de ninguém. Finalizar sempre é bom, a derrota pode até acontecer mais você tem que ter em mente, que fez o melhor que podia naquele momento. Chegou a hora do treino, se concentre, imagine sua rotina, lute para vencer, sempre! Não dimensione seu foco de luta pela faixa do seu oponente. Se você acredita que será um oponente mais fácil, teste e ajustes posições que ainda não tenha confiança mais com a atenção de uma luta de campeonato.  Lutar na sua academia, já cansado, é um excelente treino, porque desenvolve suas estratégias e sua técnica, já que o vigor físico você não pode contar. Neste caso sofrer uma finalização, em minha opinião neste tipo de treino é um ponto secundário. Lute sempre com raça, lute para vencer sempre, valorize seu treino e o do eu parceiro. Aceitou lutar, então lute para ganhar. Em minha opinião não existe sorte na luta, existe aquele que se dedicou mais, entrou com mais foco e determinação, procurou sempre o ataque com uma estratégia armada, respeitou sempre seu adversário mas buscou sempre a vitória independente se é luta de campeonato ou não. Creio ser esse o pensamento correto para a evolução do seu Jiu Jitsu e se todos pensarem assim na crescente evolução de todos em sua academia.
Para mais informações, veja https://www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail geracao.artesuave@yahoo.com.br. Também conheça o http://http://gasjj.blogspot.com//. Boa semana, bons treinos e até a próxima!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

O quimono é extensão do seu corpo


   Muitos ainda pensam que lutador de jiu-jitsu para ser um “casca-grossa” tem que estar sempre com um rosto tenso, uma cara fechada. Além da “cara braba” tem que ter um quimono que foge do padrão de limpeza, seria para sinalizar aos outros que treina muito? Infelizmente, já presenciei lutador se gabando do seu quimono branco, que naquele momento era “cinza”, como um indicador de muito treino e de estar bem tecnicamente. Mas essa aparência engana e é totalmente equivocada. Qualquer um pode ler em registros de época que os samurais se orgulhavam de seus quimonos sempre limpos e arrumados, mesmo quando partiam para guerra sem saber se voltariam. Eles não estavam se preocupando por irem a uma festa, mas sim para uma guerra, uma luta que poderia ser a última e cujo o quimono era sua vestimenta de combate. Quimono sujo deve ser lavado. Chegou do treino, tira da mochila e pendura para secar o suor. O quimono é a extensão do corpo do lutador, portanto, deve ser bem cuidado, mostrando respeito a si mesmo e aos outros companheiros de treino. Ninguém é obrigado a treinar com lutadores que não prezam a higiene do seu quimono e a própria. Nas regras das confederações e federações existe uma seção destinada à higiene do atleta e às condições do quimono. Fico pensando como alguém pode se sentir bem com seu quimono sujo, fedendo e ainda querer que alguém treine com ele?.  São inúmeras as doenças bacterianas, que podem ser transmitidas e causarem sérios males aos lutadores. Nossa pele fica em contato direto com os quimonos e sofre com o atrito decorrente da luta. As bactérias também podem estar no dojo, quando este não é devidamente limpo.
Enfim, o nosso esporte é de contato com o solo e com o corpo do oponente, portanto, cuidar da higiene do quimono e do dojo é também cuidar da saúde dos atletas.
Muitas doenças de pele podem ser transmitidas pelo quimono ou por um dojo sujo. Essas doenças acabam interferindo na vida do atleta porque pode até afastá-lo dos treinos por um tempo. Seria muito salutar se todos os praticantes da nossa arte suave não treinassem com o quimono sem condições de uso. Essa campanha silenciosa iria sem dúvida incutir um hábito saudável em lutadores que não prezam pela higiene de seus quimonos, mas deveriam respeitar os outros.
Os professores também deveriam estar atentos para essa questão, afinal, alguém vai trabalhar em um ambiente sujo ou sair com roupas mal cheirosas? Então, o trato do quimono não poderia ser diferente. Já ocorreu no meu dojo de um aluno que se sentiu ofendido quando, em conversa reservada, falei que lavasse seu quimono e que não treinaria naquele dia,. Embora tenha sido advertido na semana anterior, ele considerou minha atitude desnecessária, exagerada e autoritária. Vi em suas palavras uma ponta de orgulho em ter um quimono sujo de treino, mas reiterei que sujeira não ganha a luta, nem eleva o nível técnico. Um quimono pode estar velho, puído, costurado ou remendado, mas deve estar sempre limpo, pronto para o combate. Seria conveniente que os lutadores tivessem em mente que o quimono é uma extensão do nosso corpo e como tal deve sempre estar bem cuidado. Quimono sujo não significa ser um bom lutador. Para mais informações, veja https://www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail geracao.artesuave@yahoo.com.br.
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

A faixa branca é uma graduação


  Para muitos lutadores já graduados, quando entra um “faixa branca” na academia, alguns veem esta faixa como uma graduação sem valor, ou melhor, faixa branca nem é uma graduação para muitos. Muitos quando entram também por sua vez, sentem até vergonha em dizer que são faixas brancas. Mas o faixa preta é um faixa branca que não desistiu. Ninguém nasce na faixa preta. A faixa branca já é uma graduação. Quem não treina, não pode dizer que é um faixa branca. A faixa branca do lutador avisa aos mais graduados que aquele lutador ainda está no início do seu aprendizado, então, os mais graduados treinam mais cadenciados, durante o treino, alguns até dão dicas, ensinam o caminho correto. Os faixas-brancas devem lutar dentro do que já sabem, tentando dar bastante giro, lutando sem amarração, vivenciando e aprendendo a dinâmica da luta, o tempo certo dos golpes e movimentações, hora de explodir e hora de concentrar energias. A faixa branca tem que trazer humildade ao aluno, saber que tem muito para aprender ainda, e respeitar os mais graduados. É comum o lutador pesquisar posições na internet, o que pode ser interessante, mas antes de tudo, deve-se demonstrá-las ao professor e pedir sua opinião quanto à sua aplicação nos treinos. Existem finalizações que podem causar lesões graves quando mal executadas ou sem a supervisão de um professor atento à utilização de determinado golpe. Acredito que o tempo de faixa branca deve ser bem aproveitado, vivenciado sem pressa. Este início é o momento exato para se aprender de maneira bem sólida os fundamentos que, durante toda a sua vida de lutador, inclusive na faixa preta, você irá usar. Como buscar finalizações elaboradas, se a base não está sólida? Como fazer posições avançadas, se movimentos fundamentais não são executados como deveriam? São os detalhes que fazem o diferencial em uma luta. Fazer as pegadas certas, usar o próprio corpo no movimento certo. Preocupar-se com a técnica é essencial, porque você pode ser forte, mas ao lutar com alguém com a mesma intensidade de força física, esta diferença acaba e será a técnica de cada um que causará o desequilíbrio, mostrando o vencedor da luta, seja em um treino de academia ou em um campeonato. A busca da graduação é um sentimento legítimo. Qual lutador não quer ganhar a faixa preta? Quem não deseja vencer um campeonato brasileiro ou mundial? Muitos querem ser professores e formar outros faixas pretas, contudo, todas essas metas ou sonhos a serem alcançados, existe um ponto em comum: todos esses caminhos começam na base da formação do lutador, no início do seu aprendizado, nos fundamentos da nossa arte suave, justamente na faixa branca. Para mais informações, veja https://www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo e-mail geracao.artesuave@yahoo.com.br. Também conheça