Nem sempre as relações entre
professor e aluno são harmoniosas, como também entre os próprios alunos e
amigos durante os treinos e até fora deles. Treinar com amigos sempre é bom,
treino duro, competitivo, mas a amizade e respeito sempre deverá prevalecer.
Cada um sabe do momento particular que atravessa, então devemos respeitar
nossos amigos de treinos. Uma atitude, uma palavra, um gesto, pode desencadear
um processo de desentendimento que nem sempre se consegue reverter a situação e
chegar a um bom entendimento.
Creio que tem que existir um
respeito mútuo entre professor e aluno, dentro e fora dos tatames, como também
entre todos os alunos entre si e a nível do grupo. Tudo existe um limite, uma
fronteira que não se pode ultrapassar. O respeito e a compreensão devem ser
mútuos. Se essa amizade vem primeiro da vida particular para os tatames, ou
saiu dos tatames para a amizade particular, nenhuma dessas vias dá o direito de
um ou do outro de passar certos limites e certas brincadeiras. Ter respeito não
deve ser medido pela faixa, se o lutador compete ou não, mas por educação.
O respeito aos mais graduados é
importante, como também dos mais graduados aos menos graduados. Não podemos
esquecer que todo faixa preta teve seu início na faixa branca. O faixa preta
foi um faixa branca que não desistiu. O professor não é proprietário dos
alunos, nem o aluno pode deixar de entender que ali no dojo ele é mais um aluno
que está aprendendo uma técnica ensinada por um professor, mesmo que esse
professor seja um amigo de fora dos tatames de longa data. Já presenciei em
treinos, professores que, no meu ponto de vista, ultrapassaram o limite da
relação entre ele e o aluno, como já escutei casos de alunos quererem
confrontar seus professores.
Esses fatos não são bons,
desestruturam o ambiente da academia, e deve-se respeitar a todos,
independentemente das faixas e sexo. Muitas vezes, esses limites não ficam bem
claros, e surgem aborrecimentos, situações difíceis de serem contornadas. No
meu dojo, já vivenciei certas situações desnecessárias de terem acontecido. O
Dojo é uma sala de aula, aliás, o termo dojo significa local para se seguir o
Caminho. Esse termo foi inspirado do Budismo. Eu repito isso sempre para que
meus alunos percebam a importância do local onde pisam e como exige um respeito
enquanto estiverem pisando nesse local sagrado.
Estar sempre com o quimono arrumado e
limpo, postura correta, conduta correta e expressões corretas. Atitudes
desrespeitosas, comentários indiscretos não podem acontecer. Os atletas muitas
vezes se esquecem que podem ter mulheres treinando e não precisam escutar
certas coisas, ou melhor, ninguém precisa escutar certas coisas e observações.
Uma vez, chamando atenção de um aluno novo que perdeu a noção do bom senso e
fez um comentário infeliz durante a aula, eu lhe perguntei: “Se fosse sua irmã
ou filha, tudo certo pra você que ela escutasse isso?”. Ele ficou calado.
Educação é fundamental, e isso inclui o cuidado com a higiene própria e do seu
próprio quimono.
Quimono sujo não dá mais “Jiu-Jitsu”
ao seu dono. Ser grosseiro também não. Não vejo ser sinônimo de casca-grossa
lutador truculento. Treino duro não significa grosseria. Treine sempre buscando
a finalização, buscando a submissão do oponente. Nós, professores, temos que
ter atenção e saber conduzir nosso dojo, temos de ter uma conduta correta, como
os alunos também tem de se portarem com uma conduta correta. O Dojo exige o
mesmo respeito de um ambiente em que normalmente nos preocupamos com a nossa
postura, seja a nível profissional ou social. Para
mais informações, veja https://www.instagram.com/luizdiasbjj/ ou entre em contato pelo
e-mail geracao.artesuave@yahoo.com.br. Boa semana, bons treinos e até a próxima!
Follow us: @luizdiasbjj
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