quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

TREINE DE MENTE ABERTA



      Existem lutadores que resistem a aprender novas posições ou não querem testar movimentos propostos pelos professores ou amigos durante os treinos nas academias, por acharem que já sabem o suficiente. Sentimento perigoso porque parecem que não precisam ou que não têm mais nada a aprender.
      Durante o treino quando uma posição “nova” é demonstrada ou até depois de maneira informal, já com o treino terminado, mas com alguns amigos ainda no dojo, alguém mostra um movimento, uma raspagem  ou até mesmo uma finalização é comum ouvir uma frase do gênero “..essa posição não funciona!..” ou “..esse golpe não pega !..” essas frases são comuns de serem ouvidas no dojo. E o pior muitas vezes é dito por lutadores que sequer experimentaram executar a posição, nem pensam em aprender a posição e tentar aplicar num treino, de imediato as condenam dizendo serem ineficientes, ou por pré-julgarem que daquele tipo de posição sabem uma melhor. Esses pensamentos causam uma estagnação técnica aos lutadores que não as treinam e nem estudam essas posições  demonstradas como deveriam, seja qual for o motivo. A repetição, a capacidade de “sentir” a posição e assim ver como melhor se ajeita o próprio corpo, creio ser o fator fundamental para que as frases de negação sejam ditas. Uma raspagem ou uma finalização vão se encaixando bem em nossa rotina a medida que são praticadas repetidas vezes nos treinos e nas lutas.Infelizmente existem lutadores que só querem “lutar” e põe de lado o estudo das posições e a sua repetição de modo que os movimentos possam acontecer na hora da luta de maneira natural, e que você tenha confiança adquirida para fazer quando quiser, na hora que perceber ser a ideal, fluindo e não de maneira truncada.
           Alguns lutadores pensam ser improdutivo ou desnecessário a execução do movimento ou finalização apresentado e ficam conversando no dojo a espera do prosseguimento de outra etapa do treino, já vi alunos que nem faziam o golpe para os dois lados, executavam apenas uma vez e pronto. Quando isso acontece na minha aula, percebo que a sua percepção e entendimento do jiu-jitsu ainda é limitada. Essa resistência a experimentar o novo, sua prática e a repetição, faz com que o lutador perca a chance de experimentar outros movimentos limitando o lutador tecnicamente, e até a oportunidade desse atleta em testar a posição e julgar se esse “novo movimento” poderá ser útil a sua rotina. É importante ter sempre a mente aberta para aprender, o aprendizado é contínuo e beneficia  tanto aquele que demonstra como aquele que aprende, até porque ao demonstrar você pensa no golpe, reflete sobre ele e muitos desses momentos em que se demonstram golpes surgem outras variações do mesmo golpe fazendo um aprendizado coletivo. Todo o lutador deveria obrigatoriamente estar treinando sempre com a mente aberta, disposto a conhecer novas posições e movimentos, esse é o caminho para a evolução do nosso conhecimento.

Luiz Dias, líder da GAS JJ
Twitter/ @gasjj

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