Existem
lutadores que resistem a aprender novas posições ou não querem testar
movimentos propostos pelos professores ou amigos durante os treinos nas
academias, por acharem que já sabem o suficiente. Sentimento perigoso porque
parecem que não precisam ou que não têm mais nada a aprender.
Durante o treino
quando uma posição “nova” é demonstrada ou até depois de maneira informal, já
com o treino terminado, mas com alguns amigos ainda no dojo, alguém mostra um
movimento, uma raspagem ou até mesmo uma
finalização é comum ouvir uma frase do gênero “..essa posição não funciona!..”
ou “..esse golpe não pega !..” essas frases são comuns de serem ouvidas no
dojo. E o pior muitas vezes é dito por lutadores que sequer experimentaram
executar a posição, nem pensam em aprender a posição e tentar aplicar num
treino, de imediato as condenam dizendo serem ineficientes, ou por pré-julgarem
que daquele tipo de posição sabem uma melhor. Esses pensamentos causam uma
estagnação técnica aos lutadores que não as treinam e nem estudam essas
posições demonstradas como deveriam,
seja qual for o motivo. A repetição, a capacidade de “sentir” a posição e assim
ver como melhor se ajeita o próprio corpo, creio ser o fator fundamental para
que as frases de negação sejam ditas. Uma raspagem ou uma finalização vão se
encaixando bem em nossa rotina a medida que são praticadas repetidas vezes nos
treinos e nas lutas.Infelizmente existem lutadores que só querem “lutar” e põe
de lado o estudo das posições e a sua repetição de modo que os movimentos
possam acontecer na hora da luta de maneira natural, e que você tenha confiança
adquirida para fazer quando quiser, na hora que perceber ser a ideal, fluindo e
não de maneira truncada.
Alguns
lutadores pensam ser improdutivo ou desnecessário a execução do movimento ou
finalização apresentado e ficam conversando no dojo a espera do prosseguimento
de outra etapa do treino, já vi alunos que nem faziam o golpe para os dois
lados, executavam apenas uma vez e pronto. Quando isso acontece na minha aula,
percebo que a sua percepção e entendimento do jiu-jitsu ainda é limitada. Essa
resistência a experimentar o novo, sua prática e a repetição, faz com que o
lutador perca a chance de experimentar outros movimentos limitando o lutador
tecnicamente, e até a oportunidade desse atleta em testar a posição e julgar se
esse “novo movimento” poderá ser útil a sua rotina. É importante ter sempre a
mente aberta para aprender, o aprendizado é contínuo e beneficia tanto aquele que demonstra como aquele que
aprende, até porque ao demonstrar você pensa no golpe, reflete sobre ele e
muitos desses momentos em que se demonstram golpes surgem outras variações do
mesmo golpe fazendo um aprendizado coletivo. Todo o lutador deveria
obrigatoriamente estar treinando sempre com a mente aberta, disposto a conhecer
novas posições e movimentos, esse é o caminho para a evolução do nosso
conhecimento.
Luiz Dias, líder da GAS JJ
Twitter/ @gasjj
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