Estava
dirigindo meu carro em direção a casa do Mestre Leoni Nascimento pensando na felicidade que é poder ter o professor que me iniciou no
Jiu-JItsu ainda como meu Mestre e amigo. Sempre é uma aula, escutar suas memórias
dos treinos na Academia Gracie, na Av. Rio Branco. Encontrar o GM Álvaro
Barreto em campeonatos, escutar fatos narrados por outros GMs como GM João
Alberto Barreto, GM Reyson Gracie, GM Robson Gracie e GM Flavio Behring são oportunidades para
conhecer episódios marcantes que ajudaram a construir com orgulho a força da
nossa Arte Suave. Ouvir deles muitos
episódios de épocas passadas e recontar aos nossos alunos e amigos é uma forma
de manter uma memória coletiva pela tradição oral do nosso Jiu Jitsu. Devemos
preservar e perpetuar para as gerações mais
novas. É um passado que não pode ser esquecido. Todos nós somos reflexos dessa
bonita história que começou há idos tempos. Acredito que nesses momentos em que
o professor fala de episódios vividos por ele ou por seu mestre, devemos ouvir
com atenção que é merecida. Ao escutar e repetirmos depois em outras conversas
entre amigos e alunos, mantém viva a cultura que CDs e DVDs podem ajudar a
registrar, mas nunca será o mesmo do que ouvir sentado no dojo. Quem já
vivenciou esse momento sabe do que estou falando. Creio ser muito importante
sabermos da origem e evolução da nossa Arte Suave e de fatos marcantes da história de nossos Mestres e do nosso Jiu-Jitsu.
Memórias de lutas em treinos e de campeonatos, até mesmos de episódios
fora das academias são importantes.
Lembro-me de suas lições em sua academia, onde
ainda sem imaginar como o Jiu-Jitsu modificaria para melhor a minha vida, ia
aprendendo os primeiros movimentos, posições, as lutas que me trouxeram
vitórias e derrotas. Suas lições e “treinos com luvas de boxe” no final dos
treinos, a adrenalina que sentia correr no meu sangue quando era a minha vez de
calçar as luvas e ir lutar.
Todos lutadores tem suas lembranças particulares das
lutas que marcaram na memória, que fazem parte da sua vida de lutador. De
amigos e adversários que a concentração tinha que ser total. Esse passado que
molda o presente e que é a base do futuro não pode cair no esquecimento. Tenho
certeza que existem muitos Mestres que ainda guardam em suas lembranças muitos
fatos em que a nossa Arte Suave foi a inspiração para atos de bravuras.
Por mais que
hoje seja possível acessar por diferentes mídias, um infindável arsenal de
posições de Jiu-Jitsu, a vivência só ocorre no dojo ao lado do seu Mestre, seus
alunos e amigos. A emoção de ganhar a graduação, os corredores de faixa. O
momento em que se ganha a desejada faixa
preta! Essas memórias só nascem em cima do dojo. Acredito que até mesmo, os
momentos difíceis que um lutador passa nos tatames servem para forjar sua garra
e sua personalidade. São experiências que o lutador leva para a sua vida
pessoal e passa para os seus alunos e amigos ao longo do tempo. Não podemos
deixar que essas memórias sejam perdidas pelo tempo, elas devem ser preservadas
e perpetuadas por nós.
Luiz Dias, GAS JJ
.br
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