segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Honrar nossas memórias



Eu gosto muito de ouvir as histórias do início do Jiu Jitsu aqui no Rio. Sempre é uma aula, escutar suas memórias dos treinos na Academia Gracie, na Av. Rio Branco. Encontrar o GM Álvaro Barreto em campeonatos, escutar fatos narrados por outros GMs como GM João Alberto Barreto, GM Robson Gracie, GM Leoni Nascimento são oportunidades para conhecer episódios marcantes que ajudaram a construir com orgulho a força da nossa Arte Suave. Ouvir deles muitos episódios de épocas passadas ou momentos de seus treinos e recontar aos nossos alunos e amigos é uma forma de manter uma memória coletiva pela tradição oral do nosso Jiu Jitsu. Devemos preservar e perpetuar para as gerações mais novas. É um passado que não pode ser esquecido. Todos nós somos reflexos dessa bonita estória que começou há idos tempos. Acredito que nesses momentos em que o professor fala de episódios vividos por ele ou por seu mestre, devemos ouvir com atenção que é merecida. Ao escutar e repetirmos depois em outras conversas entre amigos e alunos, mantém viva a nossa cultura. Podemos hoje em dia ter CDs e DVDs que podem ajudar a desenvolver nossas técnicas. Mas ouvir as histórias desses Mestres são momentos únicos. Quem já vivenciou esse momento sabe do que estou falando. Creio ser muito importante sabermos da origem e evolução da nossa Arte Suave e de fatos marcantes da história de nossos Mestres e do nosso Jiu-Jitsu.  Memórias de lutas em treinos e de campeonatos, até mesmos de episódios fora das academias são importantes.
Lembro-me de suas lições em sua academia, onde ainda sem imaginar como o     Jiu-Jitsu seria fundamental em minha vida, ia aprendendo os primeiros movimentos, posições, as lutas que me trouxeram vitórias e derrotas. Suas lições e “treinos com luvas de boxe” no final dos treinos, a adrenalina que sentia correr no meu sangue quando era a minha vez de calçar as luvas e ir lutar.
Todos lutadores tem suas lembranças particulares das lutas que marcaram na memória, que fazem parte da sua vida de lutador. Esse passado que moldou o presente e que é a base do futuro não pode cair no esquecimento. Tenho certeza que existem muitos Mestres que ainda guardam em suas lembranças muitos fatos em que a nossa Arte Suave foi a inspiração para atos de bravuras.
Por mais que hoje seja possível acessar por diferentes mídias, um infindável arsenal de posições de Jiu-Jitsu, a vivência só ocorre no dojo ao lado do seu Mestre, seus alunos e amigos. A emoção de ganhar a graduação. O momento em que se ganha a desejada faixa preta! Essas memórias só nascem em cima do dojo. Acredito que até mesmo, os momentos difíceis que um lutador passa nos tatames servem para formar sua garra e capacidade de resiliência. São experiências que o lutador leva para a sua vida pessoal e passa para os seus alunos e amigos ao longo do tempo. Não podemos deixar que essas memórias sejam perdidas pelo tempo, elas devem ser preservadas e perpetuadas por nós.


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