Não é muito
difícil, encontrarmos amigos que num passado recente já treinaram ou até conhecemos
pessoas que começaram a treinar Jiu Jitsu, e depois de um tempo sumiram das
aulas. Ou lutadores que entraram num campeonato, perderam na primeira luta e
por conta disso nunca mais entraram em competições por acharem que não levam
“jeito”, ou pensam que não tem perfil de competidor e até mesmo não levam
“jeito” para lutar. Nesses momentos precisamos um dar suporte ao outro atleta
da academia. Puxar um treino buscando e mostrando onde está errando, demonstrar
soluções técnicas para essas falhas. Mostrar ao amigo que melhorar é possível é
só questão de dedicação e tempo de treino.
Para muitas pessoas
em vários aspectos da vida, desistir é o caminho mais fácil. Jiu Jitsu tem
poucas faixas então a graduação demora, a faixa preta tão desejada parece tão
distante. Existem épocas que parece que você não rende nos treinos, as posições
não entram, esse sentimento de frustração é terrível. A desistência parece tão
lógica e óbvia. Mas creio que desistir é o pior de todos os sentimentos. Um dos
grandes ensinamentos do Jiu Jitsu é justamente de não se abater na adversidade
da luta, resistir ao desconforto da posição imposta pelo oponente e reverter essa
situação na luta. Há pouco tempo um grande campeão disse que perdeu as dez
primeiras lutas dos dez primeiros campeonatos que entrou. Desistir de treinar é
fácil, mas creio que persistir é mais um ato de coragem interna, um crescimento
de nossa força de vontade interna, para depois irmos ganhar na parte física e
técnica. Como professor tento encorajar a todos a continuar a caminhada no
dojo. Como amigo também, procuro sempre incentivar meu companheiro de treino.
Não é preciso mentir, inventar, mas a luta de um amigo/aluno sempre terá algo
de bom para você ressaltar, a resistência ao ataque do seu oponente, a busca
por uma nova posição. Se você não ver em sua opinião nada que em possa elogiar da luta, ajude-o, ensine uma
técnica, palavras encorajadoras sempre são bem vindas. Acredito que cada
academia é uma “família” e se existe esse sentimento de clã, de família, é
justamente para um atleta dar suporte ao outro. Os mais graduados devem treinar
duro com os menos graduados, puxar o nível para cima, mas mostrando onde estão
falhando e o que fazer para melhorar, incentivar uns aos outros quando perdem,
e ensinar que quando ganham é preciso treinar mais ainda, sempre buscando uma
evolução. Não importa que seja num treino de academia ou em uma competição. É
muito bom ver lutadores mais graduados dando treinos com lutadores menos
graduados no início de sua caminhada nos tatames. Cada um por sua vez deve
sempre perseverar, forçar a si mesmo para passar o limite de sua capacidade, afinal
é o que significa o termo “OSS”.
Bons treinos!
OSS!
Luiz Dias, líder da
GASJJ
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